Os navegadores portugueses JOÃO DE SANTARÉM e PERO ESCOBAR descobriram há 546 anos:
a ilha de São Tomé – 21 de dezembro de 1470
a ilha do Príncipe – 17 de janeiro de 1471
No dia 21 de dezembro de 2016 faz precisamente 546 anos. O nome da ilha foi adoptado por corresponder, no calendário litúrgico antigo, ao dia do apóstolo São Tomé.
Segundo os navegadores, as ilhas não eram habitadas.
A colonização teve início em finais do mesmo século conduzida pelo capitão João de Paiva que introduziu engenhos de açúcar. O povoamento mais acentuado foi feito mais tarde por Álvaro Caminha, com o envio de cristãos-novos resultantes da inquisição em Portugal. A eles foram-se adicionando contingentes de escravos vindos das costas africanas para o cultivo da cana-de-açúcar.
A religião católica esteve presente desde o início e, em 1534, o Papa de então, Paulo III, mandou constituir uma diocese, de rito latino, para o arquipélago.
Com a criação da Diocese, podemos dizer que a igreja foi a primeira a proporcionar o desenvolvimento do ensino nas ilhas; essa evolução deixa como testemunho a bagagem intelectual dos descendentes de escravos e não só, em perpetuar aspectos da nossa cultura, como se pode averiguar nas suas interpretações da Tragédia do Marquês de Mântua, em São Tomé, e o Acto de Floripes, na Ilha do Príncipe, manifestações essas que exigem um grande nível intelectual, sobretudo no campo da leitura e interpretação.
A nossa história é longa, com cerca de cinco séculos e meio de altos e baixos, tanto na produção como na convivência social. Continuarei a contá-la numa próxima data comemorativa.
Não posso deixar de relembrar aos que tiveram o privilégio de comemorar o 21 de dezembro de 1970, os 500 (quinhentos) anos deste evento histórico, em que a canção do artista Godinho do então Conjunto Musical Mindelo, intitulada “Quinto Centenário”, foi o top da festa nas emissões do RCST (Rádio Clube de São Tomé). Para terminar, vamos escutar “TUDU POVÔ SEJA LOVADU”, do conjunto OS ÚNTUÉS, na voz de José Aragão.
BOAS FESTAS SANTOMENSES!
Felício Mendes