As eleições em STP ocorreram de forma tão digna que, a meu ver, podemos classificá-la numa escala de (0 – 10) de 9/10. É comparável com o que se passa na maioria do mundo desenvolvido: os resultados são conhecidos na mesma noite, sendo transmitidos em direto pelos media (permitindo a toda a população fazer as suas contas, à medida que as mesas de voto iam terminando a sua contagem), não deixando assim margem nenhuma para manobras posteriores às votações. No nosso continente, devemos ser o caso mais honesto nesse tipo de exercício; na maioria dos países só se conhecem os resultados uma, duas semanas mais tarde e, às vezes meses, registando-se anomalias como desaparecimento de urnas, votos multiplicados, resultados sempre contestados, as batotas são inúmeras e tudo se transforma em jogo de “damas- perde ganha” onde ganha sempre quem está no poder com 99,99%. Alguns amigos meus, africanos, disseram-me que os nossos dirigentes e a nossa CNE (Comissão Nacional de Eleições) eram ingénuos demais nessa matéria; eu apenas respondi-lhes que tenho muito orgulho em pertencer a um povo, tão pequeno em número e recursos, mas grande em valores e dignidade.
Quero muito felicitar a CNE pelo seu nível elevado de organização, responsabilidade e neutralidade ao longo de todo o processo eleitoral. Ao seu presidente, um louvor especial de alguns santomenses da diáspora que comigo viveram o acontecimento, através do Facebook, onde fomos comentando, hora a hora, ao longo da primeira parte da noite, os resultados que iam chegando e as tendências que se desenhavam com o fecho de cada mesa de voto. Que viva para sempre a nossa democracia, a sua comissão eleitoral independente e o povo íntegro que demonstramos ser.